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PET-EF/UFAC TAQUARI: Balanço de 4 anos de trabalho


Hoje vivemos uma situação contraditória provocada de um lado, pelo excesso de brinquedos produzidos pela indústria e oferecidos às crianças das classes econômicas mais favorecidas – cujo poder aquisitivo de suas famílias lhes permite conviver com uma quantidade exagerada desses produtos - e de outro lado, pela impossibilidade de acesso a estes brinquedos pelas crianças das classes econômicas menos favorecidas.
Nesse sentido o Grupo PET-EF/UFAC tem priorizado suas ações de extensão em bairros onde não há políticas públicas voltadas ao atendimento de crianças e adolescentes, no que se refere à cultura lúdica.
 Dentre esses bairros decidimos realizar nossas ações de extensão no  Taquari, em 2009, a partir de pesquisa realizada por estudantes de Urbanismo da FAAO (Siqueira et al, 2008 [1] ), onde obtivemos os dados da situação socioeconômica deste bairro, que boa parte dos órgãos públicos na época não dispunham, tais como: renda, moradia, grau de satisfação dos moradores do bairro em relação aos serviços de abastecimento de água e energia, coleta de esgotos e estrutura viária.
Vejamos a seguir como esses dados se apresentavam.  gráfico 1 demonstra a renda familiar.
 
Figura 1: Renda familiar
Fonte: Siqueira et al, 2008.

 
               Como se pode ver, algo em torno de 2% da população possui renda igual ou inferior a um (1) salário mínimo.
              Além disso, a maioria das famílias reside sem as condições mínimas de conforto e saneamento em áreas alagadiças.
 
Figura 2: Moradia

Fonte: Siqueira et al, 2008.
 
                   Quanto à infraestrutura, a rede de esgoto não atende adequadamente as necessidades dos moradores. Boa parte foi desenvolvida pela comunidade. As soluções adotadas se dividem em: fossa, córrego, caixas coletoras, "pântanos, e há, ainda, os tubos que levam o esgoto até o rio Acre.
Figura 3: Esgoto
Fonte: Siqueira et al, 2008.
 
               Em relação ao abastecimento de água, o bairro é dotado de variadas soluções, que vão desde o abastecimento pela rede pública (embora a maioria não seja beneficiada), passando por poços artesianos, chegando à retirada diretamente do rio Acre, sem qualquer tratamento.
 

Figura 4: Abastecimento de água
Fonte: Siqueira et al, 2008
               Em relação ao calçamento e pavimentação das ruas do bairro Taquari, apenas a rua principal é provida de asfalto. No entanto, a maioria das vias carece de pavimentação e não possui calçadas para pedestres. 
 
Figura 5: Pavimentação
Fonte: Siqueira et al, 2008
 
               No que se refere ao lazer, a quase inexistência de equipamentos ou sua baixa utilização implica na impossibilidade de efetivação de práticas esportivas e sociais. Em muitos casos, parte dos equipamentos que foram encontrados estão sem condições de uso, sendo utilizados por delinquentes, afastando a comunidade destas áreas de lazer.
 
Figura 6: Equipamentos de lazer
Fonte: Siqueira et al, 2008
 
               A maioria dos moradores do Taquari, segundo dados de Siqueira et al (2008), avalia a segurança como insuficiente, não atendendo as demandas existentes, conforme podemos conferir abaixo.
 
 
 
Figura 7: Segurança
Fonte: Siqueira et al, 2008.
 
               Neste sentido, havia no bairro um local de trajetórias e percursos noturnos, onde a comunidade silenciava diante do que acontecia ali durante a noite. O terreno  (particular) estava invadido pelo mato, infestado de ratos e outros animais nocivos, escuro e localizado no cruzamento de vários caminhos, apresentava as condições propícias para práticas delituosas, tais como o consumo de drogas e bebidas alcóolicas, o que era frequente no local. Isso acarretava perigo para as crianças que durante o dia brincavam no local, e eram abordadas por esses indivíduos que lhes assediavam com propostas nefastas - ocasião que estas ficavam à mercê desses sujeitos - longe do alcance do olhar de seus responsáveis.
Foto: Arquivo PET-EF/UFAC
 
                Nesse contexto fomos procurados pela Igreja Batista do Taquari para realizarmos uma parceria e poder prestar atendimento às crianças e jovens daquele bairro. Discutimos as condições de perigo daquele local (próximo à igreja) para a comunidade como um todo, especialmente para as crianças. A solução foi apresentada e concretizada na compra do terreno pela congregação.
 
Foto: Arquivo PET-EF/UFAC
 

               Assim, reunidos decidimos fazer um dia de mutirão comunitário para limparmos o terreno e fazer nosso local de lazer e espaço social de reuniões e práticas lúdicas e esportivas.
               Contamos com a participação e confiança dos pais,
 
Foto: Arquivo PET-EF/UFAC
              
              E as crianças, nossos mais entusiasmados parceiros.
 
Foto: Arquivo PET-EF/UFAC
 
             As irmãs fizeram aferição da pressão nos participantes.

Foto: Arquivo PET-EF/UFAC
 
          Ao término do trabalho o terreno foi demarcado e fizemos um torneio de futebol com as crianças devidamente uniformizadas,
Foto: Arquivo PET-EF/UFAC
 
          Distribuímos prêmios e brindes ao final do torneio.
Foto: Arquivo PET-EF/UFAC
 
            A comunidade do Taquari atendeu nosso chamado e participou de forma importante para o estabelecimento desta parceria entre o Grupo PET-Educação Física da Universidade Federal do Acre e a Igreja Batista do Taquari para o atendimento deste bairro.
Foto: Arquivo PET-EF/UFAC
 
               Tudo isto aconteceu em 2009. A partir dessa época todos os anos nos reunimos e fazemos o mutirão de limpeza de nossa área de lazer quando começa o verão amazônico.
Mutirão Taquari 2013
Foto: Alexandre Noronha
 
               De lá para cá, muita coisa mudou. Este ano já contamos com três (3) terrenos onde desenvolvemos nosso trabalho.
               No primeiro foi construída a igreja, e na frente temos um terreiro onde podemos brincar com segurança e tranquilidade.
Foto: Alexandre Noronha
 
               Os outros dois terrenos ficam nos fundos da igreja e foi onde instamos nossa lona (ao fundo) e deixamos um espaço ao ar livre.
Cadastro
Foto: Alexandre Noronha
 
               Vejam nossas bolsista preparando o local para as atividades.
Foto: Alexandre Noronha
              
               E como não poderia deixar de ser, nossos colaboradores especiais também não se furtaram ao trabalho.
Foto: Alexandre Noronha
 
              Depois foi só diversão.
Foto: Alexandre Noronha
 
          Vejam que imagem especial de nossa tarde junto com estas crianças.
Foto: Alexandre Noronha
 
          Eles são o motivo da nossa atenção e carinho. Obrigada a todos os que fazem do Polo Taquari um local de esperança  e alegria para estas crianças.
Foto: Alexandre Noronha
      
 
          OBSERVAÇÃO: Todas as fotos publicadas foram autorizadas pelos pais e/ou responsáveis pelas crianças.
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[1] SIQUEIRA, E.; CARVALHO, L.; HELENA, R.; MALAQUIAS, S.; HAMAGUCHI, S.; D’ALBUQUERQUE, S. Estudo Urbanístico da Regional I. Rio Branco, AC: FAAO, 2008.  
 


 

 


 

PET-EF/UFAC-Cultura Corporal Indígena

                Iniciamos esta semana o Ciclo de Palestras "Cultura corporal indígena", destinado a estudantes de Ensino Médio das escolas de Rio Branco. Nesta primeira fase: Elozira Thomé, Theodolina Falcão e João Aguiar.
           A temática da diversidade etno-cultural na Educação Física pode ser abordada a partir da Lei n. 11.645 de 10 de março de 2008, que altera a LDBEN (9394/96), incluindo no currículo oficial da rede de ensino a  obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-brasileira e Indígena".
          Assim, o art. 26-A da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passou a vigorar com a seguinte redação:

Art. 26-A.  Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.
§ 1o  O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.
§ 2o  Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.”
          O convite para estas palestras partiu do professor de Educação Física Gualter Craveiro que ministra esta disciplina na Educação de Jovens e Adultos (EJA) noturno em diversos estabelecimentos da rede estadual de ensino.
          Iniciamos o ciclo de palestras na Escola Elozira Thome, no dia 11 de junho/2013.
           A temática foi dividida em 5 tópicos:
  1. Conceituação e definição de cultura corporal;
  2. Tematização da cultura corporal na escola: jogos, danças, ginásticas, esportes, lutas, mímicas, expressões corporais;
  3. As práticas corporais indígenas;
  4. Jogos indígenas.
            No que se refere ao conceito de cultura corporal, buscamos mostrar aos estudantes que todas as sociedades possuem cultura corporal, mas, nem todas possuem educação física e, consequentemente procedemos a uma definição e diferenciação destes dois termos.
Bolsistas do PET-EF em atividade anual do "Abril Indígena" (na foto realizando a brincadeira gavião e pintinhos) nas dependências da UFAC (Curso de Educação Física/Bloco Walter Félix).
 
            Mostramos que os seres humanos criaram no decorrer de sua história diversos tipos de práticas corporais, de maneira a garantir sua sobrevivência no planeta, enfrentando as dificuldades naturais e desenvolvendo soluções no cotidianos para atender suas necessidades básicas: alimentação; proteção da prole; domesticação de animais; controle do fogo; construção de abrigos; fabrico de ferramentas, armas e utensílios; o desenvolvimento de técnicas de cultivo; as celebrações; a linguagem verbal e não-verbal; e o desenvolvimento da escrita que possibilitou a comunicação, o registro e difusão de informações para a construção de conhecimentos (ALBUQUERQUE, 2011[1]).


Quebra-cabeça linha do tempo em espiral
 
           Assim, podemos dizer que as práticas corporais são culturais. Ou seja, todas as sociedades ou grupos humanos produzem cultura corporal, pois, ela é o resultado de conhecimentos sobre o corpo que foram acumulados pela humanidade. Tais conhecimentos foram produzidos na relação dos seres humanos entre si e com a natureza, de modo a obter respostas satisfatórias às necessidades humanas (sobrevivência, fome, sede, proteção dos filhos, abrigo, diversão, culto), como já vimos.
 
Corrida de toras
Foto: Edison Bueno
 
 
 
 
 
 
 
 
           Portanto, a cultura corporal se manifesta em diversos tipos de práticas corporais, tais como: as danças; os esportes; as lutas; as ginásticas; as dramatizações; as mímicas; os jogos.
          A educação física, por sua vez, é a disciplina que tematiza na escola os elementos da cultura corporal.
 


         Após a definição e conceituação do tema, projetamos um documentário produzido pelo Ministério da Cultura e Ministério do Esporte que trata dos Jogos dos Povos Indígenas [2].
         O vídeo apresenta comentários dos idealizadores deste evento cultural brasileiro - os irmãos Carlos e Marcos Terena - bem como informações sobre a organização, infraestrutura e condições de realização deste acontecimento.
        Para os idealizadores dos Jogos dos Povos Indígenas:
            "O importante não é competir, e sim, celebrar"
Em sua sabedoria milenar, a cultura indígena valoriza muito o celebrar. Suas festas são manifestações alegres de amor à vida e a natureza. Têm como referência em suas tradições a espiritualidade, que é a dimensão da vida criada por um ser superior, tendo nos elementos da natureza - árvores, pássaros, animais, rios, lagos, matas - a grandeza da vida.

Essa tradição não tem sentido de coisa passada e sim na busca da memória, que é transmitida e atualizada de geração a geração, respeitando-se assim esses valores, adquirindo o dom da partilha em comemorar uns com os outros, vivendo a gratuidade do festejar.

Com a chegada da "nova civilização", as comunidades indígenas criaram outros mecanismos políticos, sociais e econômicos. Foi desse contexto que nasceu a ideia da criação dos Jogos dos Povos Indígenas, um segmento que nunca fora antes pensado, cuja função e objetivos ganham cada vez mais o caráter de composição da grande família. Todos participam, promovendo a integração entre as diferentes tribos com sua cultura e esportes tradicionais.

Nasce um novo conceito de se fazer, conhecer e se estabelecer uma relação de igualdade com a sociedade envolvente. Somente o esporte possibilitará esse momento de respeito às diferenças e de promover a diversidade cultural étnica que caracteriza os indígenas brasileiros.

Carlos Justino Terena

                   

Jogos dos Povos Indígenas 2013 (Cuiabá/MT)
 
          A proposta para a edição de 2013 é reunir índios representantes de cerca de 40 etnias nacionais. As delegações disputarão dez modalidades esportivas e tradicionais presentes no cotidiano das aldeias. Arco e flecha, corrida de tora, natação, canoagem e arremesso de lanças são algumas delas. “Trata-se de uma tradição iniciada por nossos ancestrais, transmitida e atualizada de geração em geração, respeitando os valores e adquirindo o dom da partilha do reencontro entre parentes”, definiu o coordenador de Cultura e Esporte Tradicional Indígena, Carlos Terena (Fonte: Funai).
          Encerrando nossa explanação, falamos sobre diversos tipos de jogos indígenas que contribuem para nossa memória lúdica. E dentre eles, o jogo da onça, que foi jogado por todos os presentes.
                             Estudantes da Escola Estadual Elozira dos Santos Thomé
                                                Foto: Socorro Craveiro
         
           O PET-EF/UFAC agradece a recepção que tivemos na Escola Elozira Thomé.


[1] ALBUQUERQUE, Maria do Socorro Craveiro de. Brincando como antigamente: jogos e brincadeiras tradicionais. Rio Branco: MINC/PMRB/FGB, 2011.


[2] Os Jogos dos Povos Indígenas é um evento de competição esportiva criado em 1996  através de uma iniciativa indígena brasileira, do Comitê Intertribal – Memória e Ciência Indígena (ITC), com o apoio do Ministério do Esporte do Brasil. O primeiro foi realizado em Goiânia, capital do estado de Goiás. O responsável pela articulação junto aos povos indígenas e a organização desportiva, cultural, espiritual e tradicional é o líder indígena  Marcos Terena, que também é fundador e presidente do ITC. Carlos Terena, irmão de Marcos, é o organizador executivo e um dos idealizadores dos Jogos.
 

 
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Dia das crianças no PET-Taquari

          Dia 11 de outubro/2012, festejamos o dia das crianças no PET-Taquari, mas, apenas agora tivemos a oportunidade de fazer a postagem desse dia especial.
          Enquanto nos preparávamos João Paulo, nosso colaborador e amigo de todas as horas, conversava com as crianças.

João Paulo e as crianças

Quando avisamos que as crianças poderiam entrar foi aquela correria.
Vai começar a brincadeira


Ao som de músicas infantis os novos bolsista recepcionaram as crianças.

Rodrigo Valente  e Renilson Oliveira


Alessandra comandou a festa na função de mestre de cerimônias.

Alessandra Viana


Em seguida dei as boas-vindas e começamos nossa festinha.
Profa. Socorro Craveiro


Bruna preparou uma atividade para "quebrar o gelo" antes de iniciarmos a programação da festa.

Bruna Rocha


As crianças participaram da brincadeira, interagindo.

um carinho


          Em seguida Jorgeane contou a estorinha Lúcia já vou indo.

Jorgeane Oliveira

          Enquanto isso nos bastidores... o grupo se preparava para a apresentação da estória "Chapeuzinho vermelho".
 
(Janete Cavalcante/Paula Freire/Kennedy Lima/Kedma Carvalho)

          E as crianças aguardavam, 

          Até que a dramatização começou. Vejam a cena inicial da Chapeuzinho com a mamãe.
Mamãe e Chapeuzinho
 
          A platéia assistia atenta,
 
 
          Chapeuzinho entra em cena a chamado de sua mãe, que lhe pede para ir à casa da vovó.


 
 
         
          Enquanto isso, na casa da vovó...


          E chapeuzinho no caminho encontra dois coelhos e começa a brincar muito contente.
 
 
 
          Mas quando chega na casa da vovó quem ela encontra?


          Vejam a reação da nossa plateia com o "susto" da chapeuzinho.

 
 
 
          Os pais da chapeuzinho chamam um compadre caçador para ajudar a resolver a situação.
 
 



          E tudo acaba bem, os artistas agradeceram.

 
 
          Para encerrar  os bolsistas apresentaram canções para homenagear as crianças.
 
 


         Oferecemos um lanche delicioso.


          E lembrancinhas.
 
 
 
          Nos reunimos ao final para comemorar e avaliar o evento.



          A "troupe" ficou feliz com o trabalho.

FOTOS: Veriana Ribeiro Alves