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Petianas - Defesa TCC (Kátia Araújo)

          A defesa de TCC da bolsista PET-EF - Kátia Araújo - foi realizada no dia 21/10/2011, tendo como tema " HISTÓRIA DE VIDA E TRAJETÓRIA DE UM PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE RIO BRANCO/AC". Vejam maiores informações abaixo: 

          Introdução: As histórias de vida são atualmente uma importante fonte de informação sobre a prática profissional docente (Nóvoa, 1992). Desta forma, os resultados de pesquisas realizadas tendo este referencial podem ser de grande valia para a formação inicial de professores.
          Objetivo: Descrever e analisar a trajetória de vida – pessoal e profissional - de um professor experiente , e verificar quais pontos de tal trajetória podem apresentar significações importantes para a formação profissional em Educação Física. 





          Questão de pesquisa: Como a trajetória de vida - pessoal e profissional - de um professor de Educação Física de Rio Branco, pode apresentar elementos para contribuir com a formação de novos profissionais?
         Referencial teórico: Histórias de vida e Formação de professores, baseado em estudos de Huberman, (1992); Goodson, (1992); Gonçalves, (1992); Finger e Nóvoa, (1988); Nóvoa, (1992); Mizukami & Betti, (1997).
        Metodologia: Pesquisa direta, de cunho qualitativo, cujo instrumento de pesquisa foi a entrevista aberta e gravada. Em seguida passamos à transcrição do material, para posteriormente apresentá-la ao sujeito da pesquisa de modo a que pudesse fazer as alterações (retirada ou acréscimo das informações). Sendo assim, apresentamos a carta de sessão dos direitos da entrevista, que foi lida e depois de achada conforme foi assinada pelo entrevistado, o que nos permitirá sua publicação integral, ou de trechos do depoimento colhido. Também fizemos observação da prática de ensino do sujeito da pesquisa de julho a setembro/2011. Em seguida passamos à análise do material e à organização dos assuntos por temas/categorias. Por fim, organizamos os tópicos e procedemos a redação final do texto, buscando dialogar com a literatura. O entrevistado foi o professor Gualter Craveiro que leciona na Colégio Estadual Armando Nogueira.
                                                 (Professor Gualter Craveiro e estudantes do CEAN)
                                                            
           Discussão dos resultados: A análise dos resultados foi baseada em dois modelos teóricos: o primeiro considera que o processo de construção dos saberes dos professores deve ser analisado a partir de diferentes fontes: o currículo e a socialização escolar, a formação inicial e continuada, a experiência profissional, a relação com os pares; o segundo modelo parte dos saberes mobilizados pelos professores eficientes, durante a sua ação pedagógica em sala de aula: na gestão da matéria e na gestão da classe.
          Considerações finais: Apontamos para a necessidade de avançarmos na produção de pesquisas sobre as fontes e a natureza dos saberes da base profissional dos professores de Educação Física, considerando que esta profissão tem dimensões sociais e baseia-se em relações sociais marcadas por um tipo de trabalho específico, com seus conteúdos, suas exigências próprias, com suas finalidades. Assim, buscamos contribuir com a formação docente explicitando o caráter diferenciado dos saberes e das práticas profissionais de professores de Educação Física. Cabe à universidade, à escola e aos professores de EF agir para partilhar seus saberes profissionais, tirando-os do seu anonimato e dando a esses saberes um significado social, cultural e político.

Palavras-chave: Histórias de vida. Formação docente. Educação física.

Linha de pesquisa: Formação de professores e mundo do trabalho.


Abril Indígena no Colégio São José

          Esta manhã de sexta-feira (20/04/2012) estivemos no Colégio São José promovendo mais uma atividade do Abril Indígena. Fomos recebidos pela diretora da escola, a irmã Cirlanda Costa que nos acolheu com presteza e carinho.
                            (Kedma, Bruna, André Luiz, Socorro, Jorgeane, Janete, Adriana, André, Kennedy)
         
          Conversamos com as professoras da escola sobre nosso trabalho e todas participaram das atividades junto conosco.
     
           Fizemos rodas de conversa com as crianças.
(2o. ano)

          E começamos a brincar.
(1o. ano)

          Primeiramente com o bilboquê feito com embalagem de amaciante. As crianças ficaram muito admiradas com este brinquedo.
                                                            
        Diversos povos da Amazônia conhecem este brinquedo, que é feito com materiais diversos, entalhados em madeira, caroços de frutos, ou até mesmo aproveitando o crânio de tracajá como observamos entre os Asheninka do Acre. Abaixo figura ilustrativa.

          A professora Célia Collet apresentou algumas narrativas e depois as crianças fizeram muitas perguntas, foi um debate muito proveitoso.
                                                           
          Fizemos depois um passeio imaginário na floresta,

Passamos por lagos, onde nos refrescamos.


          Atravessamos pontes,
        
          Quase pisamos numa cobra,
         
          Descansamos um pouco e depois jogamos peteca,
         
          Brincamos com bolas feitas de látex da seringueira,

            Nossas bolas de seringa foram feitas pelo Sr. Aldenor que trabalha na Fundação Garibaldi Brasil/FGB. Ele é um contador de casos e narrativas orais, mestre da marujada, e profundo conhecedor da cultura popular. Ele também é seringueiro e nos fez estas lindas bolas para o nosso abril indígena. Obrigada senhor Aldenor!
                                                           (bolas de látes da seringueira)

           Fizemos a brincadeira do gavião e pintinhos,

          E brincamos também de arrancar a mandioca,

          Quem não se diverte brincando de sol e lua?

Terminamos com esta imagem do jardim neste lindo dia de sol.

Obrigada irmã Cirlanda, estaremos de volta em 2013. E em suas orações peça a Deus que estejamos sempre fortes em nosso trabalho, com carinho e dedicação pelas crianças. Até logo, e quando precisar chame-nos que iremos prontamente. Um forte abraço (Grupo PET-EF).

                                                           
                                                    
                                                                         
                                                                 
         
                                                                    
                                                              
                                                                        
                                                                          




                      


                                                                         
                                  
                                                    
                                                         
                                                                 
                                                             
                  

Abril Indígena no Colégio de Aplicação da UFAC

          Dia 14 iniciamos nossa programação do Abril Indígena no Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Acre. Para tanto contamos com a colaboração das professoras de Educação Física Kelly e Alessandra que nos ajudaram na organização do trabalho, agendando os espaços, conversando com os demais docentes e informando aos pais. Pela manhã atendemos as turmas da polivalência. E no turno vespertino atendemos aos estudantes do Ensino Médio.
                                                 (Da esquerda para direita: Socorro Craveiro, Janete Cavalcante, Adriana Paiva, André Vidal, Kedma Carvalho, André Crinei, Bruna Rocha, Alessandra Viana, Kennedy Lima, Célia Collet).

             Começamos nos apresentando e explicando o motivo da nossa presença na escola: fazer com eles diversas brincadeiras indígenas e conhecer alguns brinquedos da cultura indígena.

         Fizemos algumas perguntas relativas à comemoração do dia do índio: a importância desses povos na cultura brasileira, como respeitar as diferenças e o que podemos aprender com eles.
             Para a realização de nossas atividades reparamos alguns brinquedos, dentre eles a peteca (feita com jornal e pintada com guache).

(peteca de jornal)

          Explicamos para as crianças que o jogo consiste em manter a peteca no ar, rebatendo sempre sem deixá-la cair.
                                                  

          Distribuimos uma peteca para cada um dos pequenos e deixamos que eles experimentassem, inicialmente sozinhos.



                    E depois em duplas. Eles se divertiram.

         
                  Vejam abaixo esta pose especial das crianças do CAp/UFAC.
                                                                Meninas lindas.

                 Enquanto isso outro grupo de bolsistas estava na biblioteca ensinando o jogo da onça.
(Alana e Wendel)

(Jefferson)

A professora Célia ficou na sala ambiente e apresentou um vídeo e um mito indígenas.
(Celinha)
             Os estudantes do 9o. ano ficaram muito concentrados e jogaram diversas partidas do jogo da onça.

            
             Nossa ex-bolsista do PET-EF/UFAC e, atualmente professora do CAp, sempre participante.
(Alessandra)

A briga de galo fez sucesso.


              Nosso muito obrigado à todas as crianças do CAp por este dia tão divertido.
                                                                    (Kedma)
         
                                                     
                                                         
                                                             

                                                                    
                                                                  

                                                                        

Preparação Abril Indígena

                Dia 24-03 começamos nossa preparação para o evento já tradicional que realizamos em parceria com o PET-Indígena (Conexões de Saberes), o Abril Indígena.
               Nossa oficina aconteceu na Sala de Dança do Curso de Educação Física/UFAC, onde pudemos organizar nosso planejamento, cronograma, executar as atividades e testar os materiais para os novos brinquedos que iremos utilizar.
                 Partimos da pesquisa realizada pela Profa. Dra. Artemis Soares[1], junto aos povos Tikuna do Alto Rio Negro (AM). As brincadeiras envolvem uma boa variedade de formações como colunas, fileiras, rodas, e ações como corridas, pega-pega e esconde-esconde, utilizando figuras de animais locais como o gavião e a onça além de figuras mitológicas como o curupira.
               Começamos com a brincadeira "sol e lua" ou "üacü rü tawemüc’ü". Segundo a professora Artemis:

Essa brincadeira também é conhecida em outras localidades com outros nomes como Passará de bombaré. As crianças ficam dispostas em coluna por um, segurando na cintura do que está à frente. Duas outras crianças, representando o sol e a lua, fazem uma "ponte", mantendo as mãos dadas acima. Cantando, as crianças passam sob a ponte várias vezes. Numa das vezes o Sol e a Lua prendem o último ou os dois últimos. Perguntam-lhes para que lado querem ir. A criança escolhe e vai colocar-se atrás do Sol ou da Lua. E assim continuam até terminar. Quando todas as crianças passam, têm-se dois partidos. A duplas mantém os braços dados, e todos se mantêm segurando na cintura do colega da frente. Vão puxar-se, para ver que partido ganhará. Ganhará aquele grupo que conseguir "puxar" o outro. E puxam várias vezes, marcando ponto para quem consegue derrubar ou desarticular o outro partido. Nesse jogo vê-se não somente o uso da força. Surge a questão do poder de decisão, que é colocado em evidência. É dada à criança a opção de escolha do partido ao qual quer pertencer. Além disso, é também trabalhada a noção de equipe, de conjunto, pois é todo um partido fazendo força para puxar o outro partido.

(sol e lua)

               Em seguida brincamos de "gavião e galinha" ou "o’ta i inyu". De acordo com a professora Artemis:
Uma criança mais forte é escolhida para ser o gavião, ave forte e comedora de pintinhos. Outra criança representa a galinha, que fica de braços abertos, tendo atrás de si todos os seus pintinhos. O gavião corre para tentar comer um dos pintos, mas só pode pegar o último. A galinha tenta evitar dando voltas e mais voltas, impedindo que o gavião pegue seu pintinho. O gavião só pode pegar o pinto pelos lados e não pode tocar por cima. Quando ele consegue, come o pintinho, ou seja, a criança fica de fora da brincadeira. Algumas vezes a criança passa a ser também gavião.

(gavião e galinha)

               Fizemos então um momento de discussão da vivência e descontração do grupo para retomar com mais vontade de brincar e aprender.


                    Brincamos também de "melancia" ou "woratchia". A pesquisadora  Artemis Soares relata que:
As crianças representam as melancias, espalhadas pelo terreno. Existe o dono da plantação de melancias, que fica cuidando, com dois cachorros. Existe outro grupo, que representa os ladrões, que vêm devagar, e experimentam as melancias para saber quais estão no ponto de colheita, batendo com os dedos na cabeça das crianças. Quando encontram uma melancia boa, saem correndo com ela. É aí que o cachorro corre atrás do ladrão para evitar o roubo.
                                                                     (melancia)
              
Depois passamos a fazer a brincadeira "briga de galo" ou "ota arü nü". Soares informa que:
As crianças organizam-se aos pares, em apoio numa das pernas, segurando no tornozelo da perna livre flexionada para trás. A outra mão fica ao peito. Ao sinal, uma criança tenta desequilibrar a outra, empurrando com o ombro. Ganhará aquele que conseguir ficar mais tempo em equilíbrio, ou seja, aquele que levar menos tombos. Vê-se que este é um jogo de disputa acirrada. Entram aqui as qualidades de equilíbrio, força e atenção. Cada criança quer manter-se de pé, e faz de tudo para derrubar o colega. Um não pode perder o controle sobre o outro, sob pena de ser derrubado.

                                                                     (briga de galo)
               Os bolsistas do PET-Indígenas nos ensinaram a fazer diferentes trançados do jogo conhecido como "jogo da vida", "cama de gato", "jogo do fio".



               A professora de Educação Física Denise Guerra[1], nos informa que:

A cama-de-gato é uma brincadeira com barbante. Consiste em trançar um cordão entre os dedos das duas mãos e ir alterando as figuras formadas. Os vestígios históricos apontam sua origem provável para as regiões asiáticas, africanas ou ainda para os povos pré-colombianos das Américas. A brincadeira é praticada em diversas partes do mundo. Atualmente nossas crianças brincam trançando elásticos nas pernas que poderia ser uma versão mais moderna do jogo dos fios.
A brincadeira pode ser feita por uma pessoa apenas, mas, também pode ser feita em duplas, trios ou grupos maiores.


               Estiveram conosco neste dia, além dos bolsistas a tutora do PET-Indígena - profa. Célia Collet - e a profa. Aleta Dreves, colaboradora do PET-EF desde 2008.

                                                (Célia, Socorro, Aleta)

                             Foi mais um dia de trabalho e diversão.
                                                                


                                                      














              




[1]  Professora associada na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), atuando na área de Antropologia do Desporto, com ênfase em temas voltados a diversidade cultural e estudos sócio-culturais-desportivos, além de corporeidade e rituais dos povos indígenas e atividade física escolar. Graduada em Educação Física e Letras pela Universidade Federal do Amazonas, realizou mestrado em Educação Física pela USP e doutorado em Ciências do Desporto na Universidade do Porto. Realizou Pós-Doutorado (1) na Université Paris-Descartes (França), com investigação sobre “Jogos Tradicionais de Povos da Amazônia” sob a coordenação do Prof. Dr. Pierre Parlebas. Em seguida realizou Pós-Doutorado (2) na Université Rennes (França), onde desenvolveu estudos centrados na prática de futebol pelos indígenas. E atualmente realiza Pós-Doutorado (3), na Université Rennes, com foco na Didática da Ginástica Rítmica.