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Congratulações pelo lançamento do livro de nosso grupo de pesquisa

         
Abril tem sido um mês fértil. Além de nossas atividades de extensão (Abril Indígena) realizadas nas escolas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, conseguimos apresentar à comunidade acadêmica o resultado de nosso trabalho, o livro “Estudos e Pesquisa da Cultura Corporal”.
O lançamento aconteceu no dia 03/04/2012 na sala ambiente do Curso de Educação Física e contou com a presença da representante da EDUFAC, Ormifram Cavalcante, que informou os objetivos da editora e divulgou como acessar os títulos mais recentes e normas para publicação.
Em seguida a Profa. Eurilinda Figueiredo, presidente da Fundação Municipal de Cultura Garibaldi Brasil, fez a apresentação do livro aos acadêmicos, convidados e docentes que compareceram ao evento.


                                                                    
O livro é uma publicação da Editora da UFAC (EDUFAC) e foi organizado por esta escriba que vos fala. No primeiro artigo “Esporte é Cultura”, proponho uma discussão em torno do esporte, apontado os diferentes sentidos que os indivíduos atribuem à prática esportiva e mostra que os modelos teóricos empregados para análise do esporte podem se refletir também nas formas de elaboração de políticas públicas.
(Socorro Craveiro e autores)
No segundo artigo, “O processo de implantação da Capoeira na rede estadual de ensino do município de Rio Branco”, escrito por Elizama Vidal, a autora mostra como a capoeira passou a fazer parte das aulas de educação física no sistema de ensino a partir da década de 1990. Os dados obtidos indicam que a capoeira foi implantada através de um projeto idealizado pela coordenação de educação física da Secretaria de Educação do Acre, objetivando o acesso à práticas corporais diversificadas: capoeira, xadrez, ginástica rítmica. Foram pensadas novas metodologias de trabalho: a divisão da cidade em núcleos, o sistema de rodízio, a realização de reuniões com pais, administração da escola e alunos, o planejamento compartilhado e a efetivação de convênios. Conclui-se que o projeto trouxe impacto positivo tanto para a capoeira – que se expandiu, ganhando dimensões de política pública em programas governamentais – quanto para o alunado que conheceu uma prática corporal tão importante para seu desenvolvimento e agente histórico, folclórico, cultural e de legitimidade brasileira.

               
No terceiro artigo, “A construção do conceito de gênero na Educação Física escolar”, Caio D’Oliveira apresenta sua pesquisa bibliográfica, cujo objetivo foi identificar como são produzidas as concepções sobre gênero pela literatura em Educação Física Escolar.

(Caio, Aleta, Eliane)
O quarto artigo, “Memórias da cultura lúdica de professores de Educação Física de Rio Branco/AC”, de autoria de Eliane Pontes é fruto de pesquisa direta, utilizando o método biográfico, onde as histórias de vida dos sujeitos proporcionaram revisitar sua memória de infância. Foram entrevistados vinte e um docentes de Educação Física, de treze escolas do Ensino Fundamental e Médio de Rio Branco. As considerações finais trazem elementos indicadores de que a cultura lúdica é parte integrante de patrimônio imaterial local, que transmitido de geração em geração, expressa diferentes valores e concepções.
                                             (Eliana Pontes)
O quinto artigo “Blogs na Educação: uma ferramenta de ensino e interação”, escrito por Aleta Dreves, trata das inúmeras possibilidades de utilização dos blogs na área de Educação como ferramenta de ensino e interação, auxiliando professores e alunos na construção e disseminação do conhecimento, além de aplicação para divulgação de atividades de grupos de estudo e pesquisas  e instrumento de troca de experiências acadêmicas e culturais.

                                                    (Aleta Dreves)

Recebemos congratulações de colegas e familiares de distintos lugares e tempos, mas, todos próximos deste momento especial. Leiam alguns deles:
  • Prof. Ms. Marcelo "Russo" Ferreira
Diretor da Faculdade de Educação Física / UFPA - Campus Castanhal
Secretário Estadual - CBCE/PA
Coordenação adjunta - GTT Movimentos Sociais – CBCE
"Salve, salve, querida Socorro. Saudações. Que boa notícia, este lançamento. E como fazemos para chegar alguns volumes pra cá, na UFPA (para a biblioteca). Abraços. Vida Longa! Marcelo"
  • Profa. Dra. Artemis Soares
Universidade Federal do Amazonas/UFAM
Faculdade de Educação Física e Fisioterapia
"Oi Socorro. Grande feito. É isso aí amiga. Queremos dois exemplares, um para a nossa biblioteca e o grupo de pesquisa. É possível? Grande abraço, Artemis"
  •  Profa. Dra. Beleni Grando
 Universidade Federal do Mato Grosso/UFMT
 Faculdade de Educação Física
 Grupo de Pesquisa Corpo, Educação e Cultura/COEDUC-CNPq
 Docente do Mestrado em Educação/UNEMAT
 "Parabéns companheira do Acre e do COEDUC. Vou socializar sua produção, Beleni"
  • Prof. Dr. Alvaro Sobralino de Albuquerque
 Universidade Federal do Acre
 Centro de Educação Letras e Artes/CELA
 Curso de Pedagogia
 "Parabéns por mais esta etapa acadêmica brilhante. Continue assim, caprichosa e competente, Alvaro"
  • Prof. Dr. Osvanilson Dourado
 Universidade Federal do Acre
 Centro de Educação Letras e Artes/CELA
 Curso de Letras
 "Adorei receber a notícia. Parabéns, de coração, pelo livro. Vamos comemorar. Osvanilson"
  • Profa. Dra. Andréa Martini
 Universidade Federal do Acre
 Centro Multidisciplinar - Campus Floresta/Cruzeiro do Sul
 Formação Docente para Indígenas
 "Parabéns por mais esta vitória técnica. Parabéns também à equipe. Andréa"
  • Prof. Dr. Francisco Carlos da Silveira Cavalcante
 Universidade Federal do Acre
 Coordenador do Mestrado em Desenvolvimento Regional/MDR
 "Socorro, da próxima vez vamos todos participar do evento. Vamos fazer uma festa. Abraços, Carlito"
  • Profa. Ma. Shirley Batista (Doutoranda em Educação Física/Universidade do Porto-Portugal)
 Universidade Federal do Acre
 Centro de Ciências da Saúde e Desporto/CCSD
 Curso de Educação Física
 "Parabéns professora. Fico muito feliz em saber que o nosso curso está produzindo. Esse é o nosso verdadeiro papel. E você está de parabéns por mais uma conquista realizada. Você merece, sempre batalhou para crecermos nesse sentido, fico extremamente feliz e se possível desejo um exemplar. Beijinhos, Shirley"
  •  Genilda Barbosa (Rio Branco-AC)
Professora de Educação Física
"Parabéns professora pelo livro. Onde encontro? Fiquei feliz pela temática. Um grande abraço, Genilda"
  • Isabel de Albuquerque Carvalho
 Professora de Artes Cênicas
Governo do Acre
Fundação de Cultura Elias Mansour
"Parabéns, mais uma conquista. Que coisa linda. A senhora merece. Te amo mãe! Beijos, Isabel"
  • Hélio Kouri (Bacharel em Educação Física)
Governo do Acre
Secretaria de Esportes
Técnico em Gestão
"Parabéns, Dra. Socorro! Hélio"
  • Raimundo Ramos Júnior
Aprendiz, bardo, cursista, discípulo, escriba (Porto Velho- RO)
"Parabéns, se tivesse avisado com antecedência teria ido. Mas, tudo bem. Quero comprar um. Cheiro, Júnior"
  • Ana Terra Albuquerque Carvalho
                    Bacharel em Relações Internacionais
                    Johanesburgo - África do Sul
                    "Parabéns. Gostaria de estar pertinho da senhora para dar-lhe muitos beijos orgulhosos e acadêmicos. Te amo muito, Ana Terra"


              A todos o nosso imenso abraço,
(Esq. p/ direita-Eurilinda, Socorro, Eliane, Caio, Ormifran, Aleta, Adriana, Kennedy, Janete, André, Bruna, Jorgeane, Andre)
Fotos: Emanuely Falcheto

Petianas - Defesa TCC (Kátia Araújo)

          A defesa de TCC da bolsista PET-EF - Kátia Araújo - foi realizada no dia 21/10/2011, tendo como tema " HISTÓRIA DE VIDA E TRAJETÓRIA DE UM PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE RIO BRANCO/AC". Vejam maiores informações abaixo: 

          Introdução: As histórias de vida são atualmente uma importante fonte de informação sobre a prática profissional docente (Nóvoa, 1992). Desta forma, os resultados de pesquisas realizadas tendo este referencial podem ser de grande valia para a formação inicial de professores.
          Objetivo: Descrever e analisar a trajetória de vida – pessoal e profissional - de um professor experiente , e verificar quais pontos de tal trajetória podem apresentar significações importantes para a formação profissional em Educação Física. 





          Questão de pesquisa: Como a trajetória de vida - pessoal e profissional - de um professor de Educação Física de Rio Branco, pode apresentar elementos para contribuir com a formação de novos profissionais?
         Referencial teórico: Histórias de vida e Formação de professores, baseado em estudos de Huberman, (1992); Goodson, (1992); Gonçalves, (1992); Finger e Nóvoa, (1988); Nóvoa, (1992); Mizukami & Betti, (1997).
        Metodologia: Pesquisa direta, de cunho qualitativo, cujo instrumento de pesquisa foi a entrevista aberta e gravada. Em seguida passamos à transcrição do material, para posteriormente apresentá-la ao sujeito da pesquisa de modo a que pudesse fazer as alterações (retirada ou acréscimo das informações). Sendo assim, apresentamos a carta de sessão dos direitos da entrevista, que foi lida e depois de achada conforme foi assinada pelo entrevistado, o que nos permitirá sua publicação integral, ou de trechos do depoimento colhido. Também fizemos observação da prática de ensino do sujeito da pesquisa de julho a setembro/2011. Em seguida passamos à análise do material e à organização dos assuntos por temas/categorias. Por fim, organizamos os tópicos e procedemos a redação final do texto, buscando dialogar com a literatura. O entrevistado foi o professor Gualter Craveiro que leciona na Colégio Estadual Armando Nogueira.
                                                 (Professor Gualter Craveiro e estudantes do CEAN)
                                                            
           Discussão dos resultados: A análise dos resultados foi baseada em dois modelos teóricos: o primeiro considera que o processo de construção dos saberes dos professores deve ser analisado a partir de diferentes fontes: o currículo e a socialização escolar, a formação inicial e continuada, a experiência profissional, a relação com os pares; o segundo modelo parte dos saberes mobilizados pelos professores eficientes, durante a sua ação pedagógica em sala de aula: na gestão da matéria e na gestão da classe.
          Considerações finais: Apontamos para a necessidade de avançarmos na produção de pesquisas sobre as fontes e a natureza dos saberes da base profissional dos professores de Educação Física, considerando que esta profissão tem dimensões sociais e baseia-se em relações sociais marcadas por um tipo de trabalho específico, com seus conteúdos, suas exigências próprias, com suas finalidades. Assim, buscamos contribuir com a formação docente explicitando o caráter diferenciado dos saberes e das práticas profissionais de professores de Educação Física. Cabe à universidade, à escola e aos professores de EF agir para partilhar seus saberes profissionais, tirando-os do seu anonimato e dando a esses saberes um significado social, cultural e político.

Palavras-chave: Histórias de vida. Formação docente. Educação física.

Linha de pesquisa: Formação de professores e mundo do trabalho.


Abril Indígena no Colégio São José

          Esta manhã de sexta-feira (20/04/2012) estivemos no Colégio São José promovendo mais uma atividade do Abril Indígena. Fomos recebidos pela diretora da escola, a irmã Cirlanda Costa que nos acolheu com presteza e carinho.
                            (Kedma, Bruna, André Luiz, Socorro, Jorgeane, Janete, Adriana, André, Kennedy)
         
          Conversamos com as professoras da escola sobre nosso trabalho e todas participaram das atividades junto conosco.
     
           Fizemos rodas de conversa com as crianças.
(2o. ano)

          E começamos a brincar.
(1o. ano)

          Primeiramente com o bilboquê feito com embalagem de amaciante. As crianças ficaram muito admiradas com este brinquedo.
                                                            
        Diversos povos da Amazônia conhecem este brinquedo, que é feito com materiais diversos, entalhados em madeira, caroços de frutos, ou até mesmo aproveitando o crânio de tracajá como observamos entre os Asheninka do Acre. Abaixo figura ilustrativa.

          A professora Célia Collet apresentou algumas narrativas e depois as crianças fizeram muitas perguntas, foi um debate muito proveitoso.
                                                           
          Fizemos depois um passeio imaginário na floresta,

Passamos por lagos, onde nos refrescamos.


          Atravessamos pontes,
        
          Quase pisamos numa cobra,
         
          Descansamos um pouco e depois jogamos peteca,
         
          Brincamos com bolas feitas de látex da seringueira,

            Nossas bolas de seringa foram feitas pelo Sr. Aldenor que trabalha na Fundação Garibaldi Brasil/FGB. Ele é um contador de casos e narrativas orais, mestre da marujada, e profundo conhecedor da cultura popular. Ele também é seringueiro e nos fez estas lindas bolas para o nosso abril indígena. Obrigada senhor Aldenor!
                                                           (bolas de látes da seringueira)

           Fizemos a brincadeira do gavião e pintinhos,

          E brincamos também de arrancar a mandioca,

          Quem não se diverte brincando de sol e lua?

Terminamos com esta imagem do jardim neste lindo dia de sol.

Obrigada irmã Cirlanda, estaremos de volta em 2013. E em suas orações peça a Deus que estejamos sempre fortes em nosso trabalho, com carinho e dedicação pelas crianças. Até logo, e quando precisar chame-nos que iremos prontamente. Um forte abraço (Grupo PET-EF).

                                                           
                                                    
                                                                         
                                                                 
         
                                                                    
                                                              
                                                                        
                                                                          




                      


                                                                         
                                  
                                                    
                                                         
                                                                 
                                                             
                  

Abril Indígena no Colégio de Aplicação da UFAC

          Dia 14 iniciamos nossa programação do Abril Indígena no Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Acre. Para tanto contamos com a colaboração das professoras de Educação Física Kelly e Alessandra que nos ajudaram na organização do trabalho, agendando os espaços, conversando com os demais docentes e informando aos pais. Pela manhã atendemos as turmas da polivalência. E no turno vespertino atendemos aos estudantes do Ensino Médio.
                                                 (Da esquerda para direita: Socorro Craveiro, Janete Cavalcante, Adriana Paiva, André Vidal, Kedma Carvalho, André Crinei, Bruna Rocha, Alessandra Viana, Kennedy Lima, Célia Collet).

             Começamos nos apresentando e explicando o motivo da nossa presença na escola: fazer com eles diversas brincadeiras indígenas e conhecer alguns brinquedos da cultura indígena.

         Fizemos algumas perguntas relativas à comemoração do dia do índio: a importância desses povos na cultura brasileira, como respeitar as diferenças e o que podemos aprender com eles.
             Para a realização de nossas atividades reparamos alguns brinquedos, dentre eles a peteca (feita com jornal e pintada com guache).

(peteca de jornal)

          Explicamos para as crianças que o jogo consiste em manter a peteca no ar, rebatendo sempre sem deixá-la cair.
                                                  

          Distribuimos uma peteca para cada um dos pequenos e deixamos que eles experimentassem, inicialmente sozinhos.



                    E depois em duplas. Eles se divertiram.

         
                  Vejam abaixo esta pose especial das crianças do CAp/UFAC.
                                                                Meninas lindas.

                 Enquanto isso outro grupo de bolsistas estava na biblioteca ensinando o jogo da onça.
(Alana e Wendel)

(Jefferson)

A professora Célia ficou na sala ambiente e apresentou um vídeo e um mito indígenas.
(Celinha)
             Os estudantes do 9o. ano ficaram muito concentrados e jogaram diversas partidas do jogo da onça.

            
             Nossa ex-bolsista do PET-EF/UFAC e, atualmente professora do CAp, sempre participante.
(Alessandra)

A briga de galo fez sucesso.


              Nosso muito obrigado à todas as crianças do CAp por este dia tão divertido.
                                                                    (Kedma)
         
                                                     
                                                         
                                                             

                                                                    
                                                                  

                                                                        

Preparação Abril Indígena

                Dia 24-03 começamos nossa preparação para o evento já tradicional que realizamos em parceria com o PET-Indígena (Conexões de Saberes), o Abril Indígena.
               Nossa oficina aconteceu na Sala de Dança do Curso de Educação Física/UFAC, onde pudemos organizar nosso planejamento, cronograma, executar as atividades e testar os materiais para os novos brinquedos que iremos utilizar.
                 Partimos da pesquisa realizada pela Profa. Dra. Artemis Soares[1], junto aos povos Tikuna do Alto Rio Negro (AM). As brincadeiras envolvem uma boa variedade de formações como colunas, fileiras, rodas, e ações como corridas, pega-pega e esconde-esconde, utilizando figuras de animais locais como o gavião e a onça além de figuras mitológicas como o curupira.
               Começamos com a brincadeira "sol e lua" ou "üacü rü tawemüc’ü". Segundo a professora Artemis:

Essa brincadeira também é conhecida em outras localidades com outros nomes como Passará de bombaré. As crianças ficam dispostas em coluna por um, segurando na cintura do que está à frente. Duas outras crianças, representando o sol e a lua, fazem uma "ponte", mantendo as mãos dadas acima. Cantando, as crianças passam sob a ponte várias vezes. Numa das vezes o Sol e a Lua prendem o último ou os dois últimos. Perguntam-lhes para que lado querem ir. A criança escolhe e vai colocar-se atrás do Sol ou da Lua. E assim continuam até terminar. Quando todas as crianças passam, têm-se dois partidos. A duplas mantém os braços dados, e todos se mantêm segurando na cintura do colega da frente. Vão puxar-se, para ver que partido ganhará. Ganhará aquele grupo que conseguir "puxar" o outro. E puxam várias vezes, marcando ponto para quem consegue derrubar ou desarticular o outro partido. Nesse jogo vê-se não somente o uso da força. Surge a questão do poder de decisão, que é colocado em evidência. É dada à criança a opção de escolha do partido ao qual quer pertencer. Além disso, é também trabalhada a noção de equipe, de conjunto, pois é todo um partido fazendo força para puxar o outro partido.

(sol e lua)

               Em seguida brincamos de "gavião e galinha" ou "o’ta i inyu". De acordo com a professora Artemis:
Uma criança mais forte é escolhida para ser o gavião, ave forte e comedora de pintinhos. Outra criança representa a galinha, que fica de braços abertos, tendo atrás de si todos os seus pintinhos. O gavião corre para tentar comer um dos pintos, mas só pode pegar o último. A galinha tenta evitar dando voltas e mais voltas, impedindo que o gavião pegue seu pintinho. O gavião só pode pegar o pinto pelos lados e não pode tocar por cima. Quando ele consegue, come o pintinho, ou seja, a criança fica de fora da brincadeira. Algumas vezes a criança passa a ser também gavião.

(gavião e galinha)

               Fizemos então um momento de discussão da vivência e descontração do grupo para retomar com mais vontade de brincar e aprender.


                    Brincamos também de "melancia" ou "woratchia". A pesquisadora  Artemis Soares relata que:
As crianças representam as melancias, espalhadas pelo terreno. Existe o dono da plantação de melancias, que fica cuidando, com dois cachorros. Existe outro grupo, que representa os ladrões, que vêm devagar, e experimentam as melancias para saber quais estão no ponto de colheita, batendo com os dedos na cabeça das crianças. Quando encontram uma melancia boa, saem correndo com ela. É aí que o cachorro corre atrás do ladrão para evitar o roubo.
                                                                     (melancia)
              
Depois passamos a fazer a brincadeira "briga de galo" ou "ota arü nü". Soares informa que:
As crianças organizam-se aos pares, em apoio numa das pernas, segurando no tornozelo da perna livre flexionada para trás. A outra mão fica ao peito. Ao sinal, uma criança tenta desequilibrar a outra, empurrando com o ombro. Ganhará aquele que conseguir ficar mais tempo em equilíbrio, ou seja, aquele que levar menos tombos. Vê-se que este é um jogo de disputa acirrada. Entram aqui as qualidades de equilíbrio, força e atenção. Cada criança quer manter-se de pé, e faz de tudo para derrubar o colega. Um não pode perder o controle sobre o outro, sob pena de ser derrubado.

                                                                     (briga de galo)
               Os bolsistas do PET-Indígenas nos ensinaram a fazer diferentes trançados do jogo conhecido como "jogo da vida", "cama de gato", "jogo do fio".



               A professora de Educação Física Denise Guerra[1], nos informa que:

A cama-de-gato é uma brincadeira com barbante. Consiste em trançar um cordão entre os dedos das duas mãos e ir alterando as figuras formadas. Os vestígios históricos apontam sua origem provável para as regiões asiáticas, africanas ou ainda para os povos pré-colombianos das Américas. A brincadeira é praticada em diversas partes do mundo. Atualmente nossas crianças brincam trançando elásticos nas pernas que poderia ser uma versão mais moderna do jogo dos fios.
A brincadeira pode ser feita por uma pessoa apenas, mas, também pode ser feita em duplas, trios ou grupos maiores.


               Estiveram conosco neste dia, além dos bolsistas a tutora do PET-Indígena - profa. Célia Collet - e a profa. Aleta Dreves, colaboradora do PET-EF desde 2008.

                                                (Célia, Socorro, Aleta)

                             Foi mais um dia de trabalho e diversão.
                                                                


                                                      














              




[1]  Professora associada na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), atuando na área de Antropologia do Desporto, com ênfase em temas voltados a diversidade cultural e estudos sócio-culturais-desportivos, além de corporeidade e rituais dos povos indígenas e atividade física escolar. Graduada em Educação Física e Letras pela Universidade Federal do Amazonas, realizou mestrado em Educação Física pela USP e doutorado em Ciências do Desporto na Universidade do Porto. Realizou Pós-Doutorado (1) na Université Paris-Descartes (França), com investigação sobre “Jogos Tradicionais de Povos da Amazônia” sob a coordenação do Prof. Dr. Pierre Parlebas. Em seguida realizou Pós-Doutorado (2) na Université Rennes (França), onde desenvolveu estudos centrados na prática de futebol pelos indígenas. E atualmente realiza Pós-Doutorado (3), na Université Rennes, com foco na Didática da Ginástica Rítmica.